domingo, 10 de novembro de 2013

Hã? O quê? Como?

Por Fátima Regina Nunes

Pois há muito o Brasil e os brasileiros vem num esforço em conjunto tentar transformar este, num país para todos.

Estudantes Martha, Paula e Aline

Vemos o crescente investimento social e seu reflexo no rendimento escolar e inclusão digital que insere os pequenos estudantes no mundo globalizado sem fronteiras.
Também algo que faz diferença e realmente tem sido respeitado por um decreto Lei, é a acessibilidade quanto aos espaços públicos.
Claro que alguns ainda teimam em estacionar em vagas exclusivas a cadeirantes ou idosos, no entanto na sua maioria o brasileiro tem estado mais receptivo e engajado na diminuição das diferenças.
                                          Passeata na av. Paulista para conscientizar a sociedade

Bom para todos!
Os espaços públicos e culturais adaptados trouxeram um público que antes jamais pensaria, por exemplo, ir a um teatro como o Municipal ou cinema.
Cinema, pois o nosso cinema nacional. Que por anos foi discriminado e até sendo tido apenas como cinema da boca do lixo, hoje com os incentivos públicos e órgãos de maior representatividade cultural, tem oferecido a oportunidade tão aguardada para nossas produções.
                                         A doce Yasmin que aguarda um futuro melhor para todos

A partir do próximo ano com os novos investimentos do Ministério da Cultura, a área de Audiovisual será privilegiada e também o público de cinéfilos apaixonados!

Martha , Paulinha e Aline na biblioteca de sua Universidade

 O vale cultura criado pela ministra, vem aproximar o público dos tão elitizados equipamentos culturais até então.
Tudo isso seria perfeito se fosse oferecido igualitariamente para todos os brasileiros.
A lei de acessibilidade não consegue ainda incluir os deficientes auditivos. Cidadãos como todos outros, produtivos e ativos na cadeia econômica do país, são hoje fadados a assistir apenas vídeos produzidos no estrangeiro, uma vez que são legendados e direcionados a um publico geral.
Em entrevista com pessoas deficientes pude constatar tamanha insatisfação que elas têm em relação a sua não inclusão. Um triste quadro que demonstra que ainda estamos e há muito que ser feito, a fim de termos um Brasil para todos. Como diz o slogan de campanha de políticos que hoje escrevem as leis.
Esse fato vem carregado de uma serie de outras informações contidas, como me desabafou Martha Pelli, que sempre se sentiu frustrada por não conseguir mudar as condições a sua volta, tanto na questão cultural e tampouco social, onde o preconceito ainda reina e machuca a alma principalmente daqueles que não tem como expressar-se.
Contou-me o quanto se considera preterida em suas capacidades, uma vez que a sociedade não abre portas aos deficientes ou lhes dá novas oportunidades de carreira por exemplo.


Os amigos Bruno e Fernando

Também os amigos Bruno, Diogo e Fernando sempre se reúnem com sua turma de amigos no Shopping Tatuapé às sextas-feiras à noite, no entanto toda essa gente se limita quase que exclusivamente à praça de alimentação do shopping, pelo fato de não terem outras possibilidades. Uma vez que os espaços de áudio visual (salas de cinema, cineclubes) não exibem algo que possam ter acesso que não seja estrangeiro. Questionam que o cinema em 3D tem salas especiais há muito tempo, mas uma forma de integrar a população como um todo está longe de ser conseguida.
Aline e Paulinha disseram que se sentem revoltadas, afinal nos EUA existe até uma universidade especifica para pessoas deficientes auditivas e que esse fator não muda em nada suas outras capacidades que fazem delas pessoas normais e competitivas no mercado profissional e na sociedade.

Jovens que esperam por oportunidades inclusivas reais

Como este pequeno grupo, um numero expressivo de pessoas nas mesmas condições em várias partes do Brasil compartilha do mesmo sentimento.
A lei de acessibilidade precisa ser aplicada com maior rigor e adaptada para os novos momentos de desenvolvimento em que nosso país está adentrando.
Há mais de seis anos a associação de deficientes auditivos vem tentando junto ao Ministério Público conseguir que as produções cinematográficas no Brasil (cinema, vídeo e até vídeos na internet) contenham uma opção legendada para ampliar as possibilidades de comunicação.
Esperamos que como o Áudio livro é hoje, uma realidade que atende não somente a deficientes visuais, mas muitos outros que desejam essa facilidade, possamos em breve ter razões suficientes para comemorar mais uma conquista do Brasil que desejamos deixar para nossos filhos.

Este domingo, 10 de novembro, é o dia nacional de Combate e Prevenção a Surdez.


LEI Nº 11.263, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2002

(Projeto de lei nº 295, DE 1999, da deputada Célia Leão - PSDB)
Estabelece normas e critérios para a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências

Artigo II  , parágrafo 2 ítem d
d) barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa; “


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