Por
Fátima Regina Nunes
Pois há muito o Brasil e os brasileiros vem num esforço em conjunto tentar transformar este, num país para todos.
Estudantes Martha, Paula e Aline
Vemos
o crescente investimento social e seu reflexo no rendimento escolar e inclusão
digital que insere os pequenos estudantes no mundo globalizado sem fronteiras.
Também
algo que faz diferença e realmente tem sido respeitado por um decreto Lei, é a
acessibilidade quanto aos espaços públicos.
Claro
que alguns ainda teimam em estacionar em vagas exclusivas a cadeirantes ou
idosos, no entanto na sua maioria o brasileiro tem estado mais receptivo e
engajado na diminuição das diferenças.
Passeata na av. Paulista para conscientizar a sociedade
Passeata na av. Paulista para conscientizar a sociedade
Bom
para todos!
Os
espaços públicos e culturais adaptados trouxeram um público que antes jamais
pensaria, por exemplo, ir a um teatro como o Municipal ou cinema.
Cinema,
pois o nosso cinema nacional. Que por anos foi discriminado e até sendo tido
apenas como cinema da boca do lixo, hoje com os incentivos públicos e órgãos de
maior representatividade cultural, tem oferecido a oportunidade tão aguardada
para nossas produções.
A doce Yasmin que aguarda um futuro melhor para todos
A doce Yasmin que aguarda um futuro melhor para todos
A partir do próximo ano com os novos investimentos do Ministério da Cultura, a área de Audiovisual será privilegiada e também o público de cinéfilos apaixonados!
Martha , Paulinha e Aline na biblioteca de sua
Universidade
Tudo isso seria perfeito se fosse oferecido igualitariamente para todos os brasileiros.
A
lei de acessibilidade não consegue ainda incluir os deficientes auditivos. Cidadãos
como todos outros, produtivos e ativos na cadeia econômica do país, são hoje
fadados a assistir apenas vídeos produzidos no estrangeiro, uma vez que são
legendados e direcionados a um publico geral.
Em entrevista com pessoas deficientes pude constatar tamanha insatisfação
que elas têm em relação a sua não inclusão. Um triste quadro que demonstra que
ainda estamos e há muito que ser feito, a fim de termos um Brasil para todos. Como
diz o slogan de campanha de políticos que hoje escrevem as leis.
Esse
fato vem carregado de uma serie de outras informações contidas, como me
desabafou Martha Pelli, que sempre se sentiu frustrada por não conseguir mudar
as condições a sua volta, tanto na questão cultural e tampouco social, onde o
preconceito ainda reina e machuca a alma principalmente daqueles que não tem
como expressar-se.
Contou-me
o quanto se considera preterida em suas capacidades, uma vez que a sociedade
não abre portas aos deficientes ou lhes dá novas oportunidades de carreira por
exemplo.
Os amigos Bruno e Fernando
Também
os amigos Bruno, Diogo e Fernando sempre se reúnem com sua turma de amigos no
Shopping Tatuapé às sextas-feiras à noite, no entanto toda essa gente se limita
quase que exclusivamente à praça de alimentação do shopping, pelo fato de não
terem outras possibilidades. Uma vez que os espaços de áudio visual (salas de
cinema, cineclubes) não exibem algo que possam ter acesso que não seja
estrangeiro. Questionam que o cinema em 3D tem salas especiais há muito tempo,
mas uma forma de integrar a população como um todo está longe de ser conseguida.
Aline
e Paulinha disseram que se sentem revoltadas, afinal nos EUA existe até uma
universidade especifica para pessoas deficientes auditivas e que esse fator não
muda em nada suas outras capacidades que fazem delas pessoas normais e
competitivas no mercado profissional e na sociedade.
Jovens que esperam por oportunidades inclusivas reais
Como
este pequeno grupo, um numero expressivo de pessoas nas mesmas condições em várias
partes do Brasil compartilha do mesmo sentimento.
A
lei de acessibilidade precisa ser aplicada com maior rigor e adaptada para os
novos momentos de desenvolvimento em que nosso país está adentrando.
Há
mais de seis anos a associação de deficientes auditivos vem tentando junto ao
Ministério Público conseguir que as produções cinematográficas no Brasil
(cinema, vídeo e até vídeos na internet) contenham uma opção legendada para
ampliar as possibilidades de comunicação.
Esperamos
que como o Áudio livro é hoje, uma
realidade que atende não somente a deficientes visuais, mas muitos outros que
desejam essa facilidade, possamos em breve ter razões suficientes para
comemorar mais uma conquista do Brasil que desejamos deixar para nossos filhos.
Este domingo, 10 de novembro, é o dia nacional de Combate e Prevenção a Surdez.
“LEI Nº 11.263, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2002
(Projeto de lei nº 295, DE 1999, da deputada Célia Leão - PSDB)
Estabelece normas e
critérios para a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providências
Artigo II ,
parágrafo 2 ítem d
d) barreiras nas
comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a
expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de
comunicação, sejam ou não de massa; “


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